A Palavra de Deus em Atos capítulo 20, versículo 25, diz:
 |
| Foto de Ethel Maia Martins |
“Vocês são mais
felizes dando que recebendo.”
Na versão Linguagem Contemporânea de A
Mensagem – Eugene H. Peterson
A família Maia experimentou isso. Vovô ajudou um amigo. Ele
doou seu tempo e trabalho.
A crise continuava em casa dos Maias. A II
Guerra trazia as suas dificuldades para todos. Dez pessoas em casa, racionamentos,
especialmente de alimentos.
Vovô Dunga não tinha trabalho fixo. Vivia de
tocar em baile ou fazia bico na padaria que o padrasto dele tinha (pois esse homem
tinha se casado com sua mãe quando ela enviuvou). Vovô fazia de tudo um pouco:
ele tinha quase uma oficina completa em casa. Serralheria, mecânica, técnico em
eletricidade. Era um homem inteligente.
Nesse momento surge um raio de alegria e
esperança.
Num acidente com o bonde, um amigo de vovô
perdeu um dos pés. Vovô Dunga fez uma perna mecânica, como ele mesmo dizia: “imitação grotesca de pé”, para ele.
Esse amigo, sr. Francisco, lutava na justiça
para receber a indenização da Light, porque o bonde pertencia a essa empresa
estrangeira. Ele conseguiu, após um bom tempo, provar que o acidente foi culpa do condutor do
bonde que avançara o sinal. As testemunhas que estavam no bonde relataram isso
e foram favoráveis a ele. A Light tinha um convênio com o Instituto Zander. Ela
perdeu a causa com a ajuda do Governo Federal. O Dr. Zander fez um pé perfeito
para o sr. Francisco, por isso ele podia agora calçar até sapato.
Quando sr. Francisco apareceu depois de um
ano, vovô ficou surpreso. Ao vê-lo perguntou:
-“Você
sumiu? Pensei que tivesse quebrado a perna de novo ou estava com defeito.”
-“Ô Dunga,
olha bem para os meus pés!”
Vovô olhou e espantado disse:
-“Você
está com sapatos nos dois pés? A perna que fiz para você não tinha jeito de
calçar sapato!?”
O sr. Francisco explicou:
-“Pois é
Dunga, por causa daquela perna é que estou aqui, para lhe entregar dois
envelopes.”
Ele contou que fora bem indenizado com o
governo assumindo toda causa e fazendo com que a empresa em que ele trabalhava o aposentasse
com salário mensal. A Ligth indenizou-o, custeando todas as despesas com a
perna mecânica, que foi feita pelo Instituto Zander.
O sr. Francisco disse:
-“Agora
eu quero lhe entregar esse envelope com uma oferta minha, ela é pequena, mas é dada de coração. Espero que dê para
pagar aquele parafuso, a barra de ferro e a madeira usados naquela perna que você
fez.”
Vovô abriu o envelope e exclamou:
-“Está
louco, homem? Nem em três meses de biscates eu consigo tirar isso que está nesse
envelope! Não. É muito dinheiro. Você
precisa desse dinheiro, são sete filhos ainda pequenos que você tem. A situação
com essa guerra não está nada boa, eu sei muito bem. A crise em que vivemos
hoje está ruim para todos. Você não deve se dispor desse dinheiro, sabe-se lá o
que será amanhã?”
O sr Francisco respondeu-lhe:
-“Dunga,
justamente por causa dessa crise é que você merece muito mais do que isto. Por
tudo o que fez por mim.”
E entregou-lhe outro envelope.
-“Esse
segundo envelope tem o endereço do Instituto Zander. É para você se apresentar
lá o mais rápido possível. Tem o cartão do Dr. Zander, ele é alemão. Ele quem
fez esse pé perfeito. O endereço está aí: Av. Barão do rio Branco, 54, 8º
andar, sala 03. O Instituto é o prédio todo. E é nessa sala que você deve se
apresentar.”
O sr. Francisco contou ao vovô que tinha
ficado nesse Instituto por ordem da Light. Eles lhe disseram que iria ser
tratado por um especialista em pernas e braços mecânicos. Mas para surpresa do
sr. Francisco eles deram mais atenção ao trabalho do vovô Dunga. O colocaram
num quarto limpo, onde ficou internado por cinco meses.
Quando ele teve alta havia um carro esperando
para o levarem. Surpreso, o sr Francisco
viu que não o estavam levando para sua casa. Eles conduziram-no até à Rua
Uruguaiana, para uma entrevista com o chefe do Instituto e receber a indenização.
Ele já com a perna nova, ficou sentado num sofá e tomou café. Enquanto aguardava ficou
observando a sala e deparou com a perna que vovô Dunga havia feito. Nesse instante entra o sr. Oto, que ele já
conhecia do Instituto. Cumprimentaram-se e ele foi direto à mesa onde se
encontrava a perna que ele usava quando chegou ao Instituto. O sr. Oto foi à
gaveta e tirou um envelope que era a indenização dele. O homem lhe perguntou:
-“Você
quem fez essa perna?” Quem fabricou? Onde estuda? De onde tirou cópia? De
revista especializada?”
Responde o sr Francisco:
-Ele viu
alguém na rua andando com uma parecida. Ele é muito inteligente. Ele fez de
cabeça.”
Mais perguntas do sr. Oto:
-“Em
qual firma ele trabalha? Qual indústria ele é funcionário?”
O sr. Francisco disse:
-“O
Dunga não trabalha em firma nenhuma. Ele é biscateiro.”
O sr. Oto, então, lhe diz:
-“Seu
Francisco lá no Instituto precisa-se de homem com esse gabarito. Que tem ideias
engenhosas! Você irá me fazer um favor. Leva esse cartão e manda esse senhor
Dunga se apresentar o mais rápido possível. O Instituto irá te levar em casa e
você entra em contato com o sr. Dunga, urgente.”
O sr. Francisco responde:
-“Mas
eu moro em Vigário Geral. Só de trem são cinquenta minutos.”
-“É
justamente por isso que estou te mandando levar. Porque nós queremos falar com o
sr. Dunga.”, disse
o sr. Oto.
-“O
nome dele é Antônio, Dunga é o apelido que ele tem.”
Assim o sr. Francisco contou ao vovô o que
havia se passado com ele.
-“Dunga,
eles querem te dar um emprego fixo, estudo para você ser um mecânico ortopédico.
Eu estou chegando de lá, agora. O carro já mandei de volta, daqui do seu portão,
porque só assim vou me exercitar até lá em casa. Eu vou surpreender meus
filhos! Minha mulher já me viu exercitando no Instituto. Estou muito contente
em saber que você vai ser funcionário em uma grande firma alemã.”
Vovô ficou trabalhando lá por muitos anos. Papai
dizia que foi até se aposentar.
O raio se expandiu. A esperança de dias
melhores veio. A situação dos Maias mudara num belo dia em que recebera a
visita de um amigo especial. Um alívio e
alegria para todos.
Num mundo de mazelas onde somos pecadores, a
Luz verdadeira veio trazer mudanças profundas. Ela ilumina o Caminho para Deus.
Essa Luz é Jesus Cristo!
Papai, quando moço foi tocado e transformado
por essa Luz Eterna! Sua vida mudou. Seus pecados foram perdoados.
A esperança se renova a cada manhã com o
Amigo Verdadeiro!
Muito bom conhecer a história dos Maias. Família fortalecida pela graça do Senhor.
ResponderExcluir