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Mostrando postagens de janeiro, 2017

O SUSTO !

 Em 22 de agosto de 1942 o Brasil entra na guerra. Um dia, papai  com 11 anos, ao levantar-se pela manhã viu que sua família estava entristecida, chorando. Ele soube que todos os que trabalhavam no Instituto Zander  foram presos. A guerra é cruel até mesmo com quem nem participa dela. Vovô sofreu. Ele se relacionava bem com o Dr Zander este o ensinou a fazer um cata-vento. Papai dizia que  vovô fez muito serviços para o Zander. Foto de Ethel Maia Martins Vovô entendia de eletrônica de rádio, havia feito o curso completo de rádio e estava iniciando o de TV no Instituto Universal quando o homem do cata-vento foi preso. Ao revistarem o Instituto descobriram muitas coisas que eram obras de vovô, incluindo um rádio de transmissão de mensagens. Isso foi um grande problema. Prenderam vovô Dunga. Dois meses de interrogatório. O Instituto Zander colaborou e vovô foi liberto. Ele estava magro, acabado, desanimado, dizia papai. Vovô ficou mais caladão.  Só após muitos anos é que ele

Luz, a perna mecânica e Instituto Zander

A Palavra de Deus em Atos capítulo 20, versículo 25, diz:   Foto de Ethel Maia Martins “Vocês são mais felizes dando que recebendo.” Na versão Linguagem Contemporânea de A Mensagem – Eugene H. Peterson A família Maia experimentou isso. Vovô ajudou um amigo. Ele doou seu tempo e trabalho. A crise continuava em casa dos Maias. A II Guerra trazia as suas dificuldades para todos. Dez pessoas em casa, racionamentos, especialmente de alimentos. Vovô Dunga não tinha trabalho fixo. Vivia de tocar em baile ou fazia bico na padaria que o padrasto dele tinha (pois esse homem tinha se casado com sua mãe quando ela enviuvou). Vovô fazia de tudo um pouco: ele tinha quase uma oficina completa em casa. Serralheria, mecânica, técnico em eletricidade. Era um homem inteligente. Nesse momento surge um raio de alegria e esperança. Num acidente com o bonde, um amigo de vovô perdeu um dos pés. Vovô Dunga fez uma perna mecânica, como ele mesmo dizia: “imitação grotesca de pé”, par

Os efeitos da II Guerra : Lutas e lutas!

“Famílias perdidas há tempo estão prostradas diante DEle, o Eterno assumiu o comando: de agora em diante Ele tem a última palavra.”  Salmo capítulo 22, versículos 27 e28  - Na versão Linguagem Contemporânea de A Mensagem – Eugene H. Peterson Em todo tempo há problemas, lutas e dificuldades. Não foi diferente no lar do vovô Dunga.  Em 1939, os problemas financeiros se agravaram por causa da Segunda Grande Guerra Mundial. O fogão à lenha precisava ser abastecido, mas sem dinheiro como comprar lenha? E o carvão para um fogareiro que tinham em casa, também estava difícil de ser comprado. Vovó cozinhava uma panela de cada vez. Eram 08 filhos, imagina! Foto de Ethel Maia Martins 2015 A água encanada não chegava em casa. Os filhos mais velhos tinham de ir pegar água à distância de uns 500m da casa. Isso era tarefa de papai, seu irmão mais velho e uma das  irmãs mais velha. Vovô tinha feito uma escada de três metros de altura, mais ou menos, e eles tinham de subi-la para ench

Guerra, Carnaval e Aventura – parte 2

Papai nos ensinou e depois  ao  aprendemos a ler e a ouvir Deus por meio da Palavra, entendemos claramente, pelo Espírito Santo,  esses ensinos: “Há caminho que parece inofensivo, mas todo cuidado é pouco: leva direto para a morte.” – Pv. 16. 25 “Há um estilo de vida que parece inofensivo; preste atenção, pois conduz à morte. Por trás do sorriso e da diversão, há muita tristeza e sofrimento.” “O sábio vigia seus passos e evita o mal, mas o insensato é teimoso e negligente.” – Pv. 14. 12, 13, 16     Versão A Mensagem de Eugene H. Peterson Papai foi aventurar-se no carnaval com a devida autorização de vovô e sob a responsabilidade do irmão mais velho. O  trem Ele e seus irmãos mais velhos saíram de casa às 17h30min e pegariam o trem na Estação de Vigário Geral às 18h30min. O trem vinha de Duque de Caxias já lotado. Papai nunca tinha andando no trem tão cheio daquele jeito, ele, às vezes, levado por sua mãe, ia à Estação apenas para ver as pessoas embarcarem, era uma

Guerra, Carnaval e Aventura – parte 1

Aos pais honra. A Palavra de Deus ensina: “Ouça com respeito o pai que o criou e não deixe de lado a sua mãe quando ela envelhecer” – Provérbios 23. 22 A teimosia pode acarretar muitos dissabores. Nem sempre aquilo que desejamos nos trará algum benefício. Papai contava que: Quando a segunda guerra estourou na Europa as coisas ficaram bem difíceis em casa.  Seu pai participava em um conjunto musical e animava bailes, mas já não estavam sendo chamados para esse trabalho. Ele, vovô, vendia alguns tamborins, surdos...vivia em função da música, fabricava tamborim, cuíca, surdo e reco-reco. Papai e seu irmão mais velho ajudavam na confecção das vaquetas e pregavam os couros nos tamborins, surdos e cuícas. Nos meses de agosto e setembro vovô vendia bem o material de percussão carnavalesco, porque os blocos e as poucas Escolas de Samba da época começavam a ensaiar. As Escolas de Samba estavam iniciando no Rio de Janeiro. Os Blocos desfilavam no domingo, os Ranchos na segunda

“Defenda com conselhos”

Esse fato conto para mostrar que nossa natureza é pecaminosa e sujeita  a cometer atos tristes e violentos, mas existe Alguém que pode nos ajudar a sermos seres humanos melhores e nos faz  produzir fruto verdadeiro de amor e compaixão. E Ele, também,  coloca pessoas sábias e amigas  para nos abrir os olhos e aconselhar. “Defenda com conselhos” Como bom brasileiro e carioca, papai gostava de futebol.  Ele gostava e jogava muito bem.  Era meio campista. Em 1944,  com 13 anos de idade, jogava no time base do “Clube Atlético Nacional”, futebol amador em Vigário Geral. Ele tinha apelido de “príncipe” , explico:  no Clube Vasco da Gama F. Regata  havia um jogador chamado Danilo Faria Alvim (03 /12/ 1920 — 16 /05/ 1996) por causa de seu estilo refinado de jogo era chamado carinhosamente de “príncipe”. O pessoal via semelhança no jogo de papai com o jogo do Danilo, então, ele era o “príncipe” do “Clube Atlético Nacional”. Mas houve um dia em que o “príncipe” de jogo calmo, decent

Fragmentos

"Cada um de nós temos um fragmento,  aparentemente sem sentido e que não se encaixa.  Esse mesmo fragmento ao ser reunido a outros pedaços formarão uma parte definida de figura ou objetivo a ser alcançado, quando se consegue armá-lo." - GSM,  janeiro de 2006 Foto de EM

AMPLITUDE

Eu cresci tanto, tanto, tanto... Por quê fui crescer assim? Por ter crescido demais, não caibo dentro de mim. Eu fiz do meu breve horizonte um campo aberto, sem fim. Minha alma ficou tão grande! (Porque tudo em mim se expande) que não achando amplidão, aos poucos foge de mim. Eu amei tanto, tanto, tanto... (Por quê fui amar assim?) O meu amor de tão grande, foi por alturas, sem fim. Eu alarguei os meus desertos E tracei caminhos abertos, Mas por eles nunca vim. Ah! Por quê fui crescer tanto ? Por ter crescido demais não caibo dentro de mim.  - GSM, década 1950. Foto de EM - SL 

Sobre Flores e Amor

" A flor que desabrocha é bem mais importante do que mil pétalas caídas. E, só um olhar de amor pode levar consigo  o calor para aquecer muitos invernos. A bondade é mais forte em nós e  dura mais do que o mal que nós praticamos. Sê otimista e não te esqueça de que  é no fundo das noites sem luar  que brilham muito mais as estrelas! Que teu jardim seja o mais florido do mundo!" -  Genésio da Silva Maia , escreveu em 2006 .(1931 - 2007⍏) Foto de Ethel Martins

Histórias e Lembranças

Quero registrar por aqui algumas histórias e  lembranças de meu querido e saudoso papai:  Genésio da Silva Maia (1931 - 2007♱) O Senhor permitiu que ele vivesse nesse mundo por 76 anos. Uma vida abençoada. Uma vida com lutas.  Uma pessoa com suas fraquezas, erros e dificuldades, mas que foi alcançado com graça, perdão e amor por Aquele que seria seu Senhor e Salvador, por toda a eternidade. Aos meus amados irmãos e mamãe, que ainda acamada, com 87 anos de idade, mas tem a fé concedida por Deus em Jesus Cristo, seu Senhor e Salvador. Foto de Ethel Martins